quarta-feira, 19 de junho de 2013

 (2ª PARTE)


O QUE É CRÔNICA?
A Crônica é um tipo de produção literária voltada para a imprensa, ou seja, voltada para jornais e revistas, suas principais características é o seu tempo de vida, que é bem curto, e costuma só durar até a próxima edição do folhetim, em contrapartida a textos como a bíblia que já dura milênios.
 O OBJETIVO DA CRÔNICA?
É geralmente lúdico, e sua função principal é entreter o leitor, este tipo de produção costuma usar o cotidiano como base principal, e o autor deve anexar elementos de sua escolha para dar vida ao texto.
CRÔNICA LÍRICA
É lírica quando a saudade, a emoção e a nostalgia aparecem no texto buscando interpretar de forma poética os sentimentos.
A crônica é lírica quando a saudade, a emoção e a nostalgia aparecem no texto buscando interpretar de forma poética os sentimentos.

Exemplo:

Apelo 
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor. 
(Dalton Trevisan)
 Fonte: http://www.colegioweb.com.br/portugues/cronica-lirica-.html

humor nas crônicas de Luiz Fernando Veríssimo:
Exemplos:



Pneu furado


O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu furado. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para o pneu, uma moça muito bonitinha.

Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu um homem dizendo "Pode deixar". Ele trocaria o pneu.

- Você tem macaco? - perguntou o homem.
- Não - respondeu a moça.
- Tudo bem, eu tenho - disse o homem - Você tem estepe?
- Não - disse a moça.
- Vamos usar o meu - disse o homem.
E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça.
Terminou no momento em que chegava o ônibus que a moça estava esperando. Ele ficou ali, suando, de boca aberta, vendo o ônibus se afastar.
Dali a pouco chegou o dono do carro.
- Puxa, você trocou o pneu pra mim. Muito obrigado.
- É. Eu... Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar.
- Coisa estranha.
- É uma compulsão. Sei lá.

(Luís Fernando Veríssimo. Livro: Pai não entende nada. L&PM, 1991).


Pai não entende nada

_ Um biquíni novo?
_ É, pai.
_ Você comprou um no ano passado!
_ Não serve mais, pai. Eu cresci.
_ Como não serve? No ano passado você tinha 14 anos, este ano tem 15. Não cresceu tanto assim.
_ Não serve, pai.
_ Está bem, está bem. Toma o dinheiro. Compra um biquíni maior.
_ Maior não, pai. Menor.
Aquele pai, também, não entendia nada. 

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